Não poderia deixar de agradecer à linda mensagem que nossa Dinda nos deixou do dia da Colação! Ela colocou no blog do Curso e vou reproduzir aqui para vocês juntamente com meu discurso, também feito com muito carinho para todos os amigos que fizemos na Universidade!!
À todos, o meu muito obrigada!
Ana Lucia, obrigada por tudo, mesmo, das risadas aos puxões de orelha, aprendi muito contigo e isso não tem preço! E prometo que se eu fizer mais algum achado de moda tu continuará sendo a 1ª a saber!!!!
SEXTA-FEIRA, 20 DE JANEIRO DE 2012
Fonte: http://artesulbra.blogspot.com/2012/01/mensagem-da-paraninfa-turma-de.html
Mensagem da Paraninfa à turma de Formandos em Artes Visuais 2011/2
Boa noite senhoras e senhores, estimados afilhados e demais formandos,
Bjs no coração de todos!!!
À todos, o meu muito obrigada!
Ana Lucia, obrigada por tudo, mesmo, das risadas aos puxões de orelha, aprendi muito contigo e isso não tem preço! E prometo que se eu fizer mais algum achado de moda tu continuará sendo a 1ª a saber!!!!
SEXTA-FEIRA, 20 DE JANEIRO DE 2012
Fonte: http://artesulbra.blogspot.com/2012/01/mensagem-da-paraninfa-turma-de.html
Mensagem da Paraninfa à turma de Formandos em Artes Visuais 2011/2
Boa noite senhoras e senhores, estimados afilhados e demais formandos,
Wim Wenders, que é um grande cineasta e artista plástico alemão, e um maravilhoso contador de histórias, em um de seus depoimentos no filme Janela da Alma, fala sobre a importância das histórias para o ser humano. Nesta fala ele lembra que o contar e ouvir histórias é uma das mais básicas necessidades do ser humano, não importa a idade. As histórias nos confortam, diz ele. As histórias elaboram significados. Nos aquecem. Para nós, afinal, não basta viver. Precisamos significar nosso viver. Não importa, portanto, se a história é a História oficial ou se é estória. Se está inscrita em livros ou na paisagem ao nosso redor. Se está descrita em palavras ou inscrita em imagens. Em qualquer forma, tempo e lugar, continuam sendo necessárias.
As histórias são o pão de cada dia do espírito.
No universo da criação, criar histórias é achar desenhos para os desejos, é inventar palavras para os sonhos.
Não, meus afilhados, não lhes darei hoje conselhos. Apenas lhes desejarei.
Lhes desejarei que pela vida afora, na sala de aula ou fora dela, saibam sempre valorizar e incentivar as histórias. Que vocês possam, no seu exercício de professores, contribuir para que cada um saiba contar suas próprias histórias. Que possam contribuir para que cada um seja o escritor e ilustrador do livro de sua vida.
Além disso, só e que posso desejar é que as histórias gravadas na memória de cada um possam contar:
[Como] receber a vida de braços abertos
[Confiar que o destino também saberá escolher por nós]
[que devemos] Olhar para os lados de vez em quando
[Como] olhar as estrelas sem perder o equilíbrio
[e] Andar na corda bamba entre desejos e medos
[A arte de] Encher os pulmões de coragem e as asas de persistência
[e a] Não esmorecer nem perder as forças por mais longa que seja a estrada
[Da necessidade de] recolher-se de vez em quando em si mesmo
[e] Inclinar-se e pedir ajuda sempre que necessário
[que mesmo os presentes da vida precisam ser editados]
Voltar-se ao próprio coração
[Ah e] festejar a liberdade
Festejar a liberdade!
Boa noite, meus queridos, feliz jornada!
PS: Esta mensagem foi inspirada em uma série de 11 xilogravuras de W. Cavalcante, mais conhecido como Cava, gravador gaúcho, professor no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Cada um dos formandos ganhou uma destas xilogravuras de presente.
Boa
noite a todos.
Quando
recebi a doce tarefa de ser oradora da turma, não fazia ideia de como escrever este
discurso, só sabia que tinha o dever de fazer todo mundo chorar nesta noite, certo
Magda?
Algumas
semanas atrás quando comentei com uma amiga que estaria me formando professora
de artes me deparei com seguinte comentário: - Nossa!! Tem que gostar muito de
dar aula para ser professor hoje em dia, ainda mais de artes! Pensei muito sobre o comentário e conclui que
ela estava certa. Realmente nós temos que gostar muito de ser o que acabamos de
nos tornar: Professores de Artes. É assim em qualquer profissão. Eu jamais
poderia ser médica, por exemplo, porque só de imaginar sangue sinto arrepios...
Em
verdade, é que mais do que gostar de exercer uma profissão, é preciso se
apaixonar por ela, como ocorre em qualquer relação de paixão que a gente tem na
vida.
Resolvi
escrever este texto, não somente sobre a nossa formação acadêmica e sim sobre a
Paixão, o que creio eu, todos aqui presentes já viveram ou ainda viverão uma.
No
nosso caso, formandos, mais precisamente, a paixão que temos pela Arte.
Ensinar
Arte talvez não seja algo tão fácil, mas falar com ela e sobre ela é tão
gostoso...
Apaixonei-me
pela Arte desde o meu primeiro caderno de desenho, onde eu registrava os mais
variados formatos que a copa das arvores faziam no céu e as roupas que eu criava
para minha Barbie. Essa paixão aconteceu para mim, como ocorreu para todos nós
formandos e professores de Artes aqui presentes, em algum momento de nossas vidas.
Foi tão forte, que nunca mais nós conseguimos nos separar dela. Inclusive esse
é um dos diferenciais da Arte: Quando ela te conquista, meu amigo já era...
Você é mais um louco apaixonado, como nós.
Não
pensem que esta é uma relação tranquila, não, porque às vezes a gente discute
com ela. A arte é provocativa. Nos leva a outros mundos, épocas, culturas e te
instiga à pensar.
A
paixão é um sentimento avassalador que nos move, nos empurra, nos arrasta e foi
a paixão por ela, pela Arte, que nos trouxe até aqui nesta noite.
Nós, formandos
de artes, passamos por um processo de encantamento mais intenso, pois durante
longos anos, respirávamos o nome dela. Nós vivemos um turbilhão de informações,
através de imagens, textos, encontros, desencontros e inúmeras situações que
nos fizeram rir e chorar aqui na ULBRA.
Como
acontece quando a gente tá apaixonado, precisamos contar com alguém para nos
ajudar a ver as coisas mais claramente. Nisso tudo, nós nunca estivemos sós. Fizemos
amigos que sempre estiveram presentes, nos ajudaram e nos apoiaram para saber
como lidar com essa paixão. Entre estes amigos estão nossos professores, que
nos ensinaram como a vida pode ser ainda mais bela com a Arte. Eles foram como
confidentes dessa relação que se construía. Nos deram conselhos, puxões de
orelha e muito colo quando a situação era mais crítica. Mais do que isso, aprendemos com a Ana que
é preciso ser apaixonado pela PALAVRA para fazer dela uma obra de Arte Aprendemos
que a história de uma vida pode ser lindamente contada através de PEDRAS E
CORDÕES como fez Jurema.
Que sementes podem não ser só SEMENTES - experimenta desenhar uma sementinha
nos seus mínimos detalhes num tamanho maior que o real...Vocês não acreditam no
que pode surgir de algo tão pequeno... Fora descobrir que o cascudinho que
servia de modelo não tava morto... Desenho de observação com o Renato. Aprendemos que a
ESCULTURA ta dentro da pedra, do jeitinho que ela é e não como nós queremos que
ela seja. Como diria o Nico,
a gente só tem que deixar ela se revelar no tempo certo. Aliás, esperar, ter PACIÊNCIA,
essa com certeza foi a maior descoberta, principalmente para mim e para Andréia
o Celso que o
diga....
Vamos sentir muitas saudades de todos.
Falando em saudade, coisa típica da
paixão, não há como não lembrar de tantos momentos vividos e das gargalhadas
compartilhadas entre nós. Sentiremos saudades dessa rotina, por mais incrível
que pareça, porque junto com a paixão pela arte, amizades sinceras nós fizemos
aqui na Universidade. Criamos um círculo de amizade e companheirismo, entre os
formandos, muitas vezes difícil de acontecer, porque nem sempre as disciplinas
coincidem e nós não conseguimos conhecer todo mundo. Aqui, não to falando só do
Curso de Artes, estou incluindo os colegas dos cursos de Geografia e História
também. Porque a paixão une as pessoas. Imaginem que a Karina, a nossa Kaka, é vizinha da Letícia
da Geo, se criaram juntas, estudaram juntas, foram separadas na 8ª série e
estão aqui hoje dividindo a mesma emoção com todos nós.
Isso prova que às vezes a distancia é
necessária, mas não é permanente.
Não tem como não sentir o coração
apertado por saber que não vamos mais nos encontrar nos intervalos para
enfrentar a fila kilométrica do cafezinho da máquina de um real ou se reunir
para comer a batata frita gigantesca daqui do Prédio 1.
Particularmente, sei que a Andréia e eu vamos sentir
muita saudade do meio cachorro-quente e meio refrigerante que a gente dividia nos
intervalos, entre um papo e outro sobre moda e Arte. Se bem que agora que eu aprendi
o caminho da tua casa, minha amiga... Vamos cansar de fazer o percurso entre
Viamão e Cachoeirinha!
E por falar em percurso, ninguém rodou
mais para vir para ULBRA que a Priscila e a Dóris.
A Pri é de Santa Cruz e a Dóris de Mariluz. As duas enfrentaram cada uma mais
de 240 km por dia para poder estudar aqui em Canoas e mesmo assim sempre
estavam com um lindo sorriso no rosto. Vai me dizer que isso não é paixão?
A Fe jamais apareceu na ULBRA sem estar
impecavelmente bem arrumada, virando a nossa musa fashion. Teve sua inspiração dobrada
para continuar o Curso, quando concebeu em 2008, sua maior obra de Arte: o
Vicente.
Aliás, aprendi com estas garotas que
ser mãe é realmente uma dádiva.
Não há como não admirar o amor da Magda pela sua
estrelinha: Paola. Vi ela fazer tantos trabalhos lindos se inspirando na sua
filhota, dignos de uma pessoa que apaixonada pela família, consegue traduzir
amor em Arte.
Outro grande exemplo para mim, do que é
ser apaixonado pela Arte é o Marcelo.
É, aquele “menino maluquinho” que não
para quieto um minuto... É tão grande o fascínio com que ele fala e descreve
cada diferente trabalho em gravura, que contagia a gente. Ele adora o que faz.
Tenho certeza que o mestre dos carretéis ficaria muito orgulhoso de ti, hoje.
Orgulho também é a palavra que definiu
a Glória, a nossa
“Raito de Sol”. A Priscila, filha dela, também tá estudando aqui na ULBRA e
isso foi um motivo extra para esta pessoinha ser ainda mais de bem com a vida
do que é.
Não tem como esquecer os desenhos compartilhados
feitos com o Rodrigo
e os macetes sobre mangá e HQ que ele sempre me dava no meio das disciplinas de
história da arte... quer dizer não no meio da aula, viu profs, não é que a
gente não prestasse atenção, que isso fique bem claro?!
Parece que foi ontem que vi a Gil dançando na
disciplina de Desenho da Figura Humana, me ensinando caras e bocas e dando um
verdadeiro show de performance.
Apaixonados pela Arte, nós aprendemos
juntos, uns com os outros, como administrar essa paixão aqui na vida real, onde
muitas vezes as pessoas com quem convivemos não compreendiam o porquê dessa
nossa apaixonite. Como se a Arte, pelo qual nos apaixonamos, fosse, até então,
algo sempre paralelo a nossa vida lá fora, com os amigos e a família. Só que
agora algo mudou. É como se ela finalmente tivesse se tornando o fio condutor
da nossa vida.
A arte de registrar um instante com a
fotografia e um movimento rítmico com apenas lápis e papel, ou ainda a arte de
se esculpir, costurar, criar e a paixão que sentimos por descobrir tudo isso,
agora se tornou a Arte de ensinar.
Com esse mesmo entusiasmo nós vamos
falar sobre essa paixão para nossos alunos.
Acreditando que esse romance com a Arte também possa virar parte da vida
deles como é da nossa.
E o
que a gente pode deixar aqui para vocês é o mesmo convite que faremos à eles:
Experimentem
Arte!
E se pelo menos um de vocês sair daqui
com vontade de se apaixonar por ela como nós nos apaixonamos... bem, então saberemos
que todo nosso esforço realmente valeu à pena!!!
Obrigada!
Bjs no coração de todos!!!