quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Identidade: Arte e a FVCB!

O ato de ensinar é mágico para mim. Quando pensava em ministrar aulas, não tinha ideia da magnitude que seria exercer esta profissão. É um ato diário de trocar energias e saberes.

Do delírio imaginativo (surreal) ao mundo real propriamente dito, ensino para meus alunos tudo que estiver em contato com a Arte e isso abrange muuuuita coisa. Quando dizemos que nem tudo é arte é porque para um objeto ser considerado arte, depende de diversos fatores institucionais, sociais e mercadológicos, o que não vamos discorrer aqui, mas é seguro afirmar que em quase tudo que se possa imaginar a arte está presente de alguma forma.  E é o que mais me fascina neste ramo.

Ano passado trabalhei com meus alunos um projeto que teve como tema geral o estudo da identidade. Esta temática norteou diversos outros subtemas como identidade individual, identidade coletiva, identidade social, identidade cultural e por ai vai. Escolhi este tema pelo momento de mudanças em que eu vivia, mas também por ter uma necessidade de sentir quem eram essas pessoinhas que iam conviver comigo, escutando, debatendo, dialogando e produzindo arte.

Estes jovens fazem parte de uma geração que está aprendendo desde cedo a dizer o que pensam, como pensam e porque pensam. Eu sou da geração que rebobinar uma fita VHS era divertido e gravar a música preferida numa fita K7 era um trabalho para uma tarde inteira, já que dependíamos de esperar a rádio colocar no ar a tal música para apertar o “REC”. A galerinha de hoje baixa musica da internet e ouve no Ipod, um objeto que tem uma memória enorme e que às vezes tem o tamanho de um cartão de memória SD, aproximadamente 6cm².

Não é uma tarefa fácil ensinar a eles um monte de coisa de séculos atrás, se o que eles tem hoje em dia é muito mais interessante. Foi ai que eu comecei a pensar e a construir este projeto. O meu ponto de partida foi o cronograma de conteúdos obrigatórios que recebi, quando fui chamada no concurso do município de Viamão. Na minha opinião inicial, havia muito pouco sobre história da arte, muita data comemorativa e conteúdos invertidos, tipo algo para se ensinar no 6ºAno que seria mais apropriado no 7º Ano e vice-versa. Talvez um “pré-conceito” meu, já que tinha pronto um cronograma de quando eu dava aula no Estado, que gostaria de ter utilizado em 2013, bem mais carregado de teoria, seguindo cronologicamente a história da arte do 6ºAno ao Ensino Médio. Com o tempo vi que teoria é importante sim, mas que se for demais rouba tempo e que tempo é o bem mais precioso nas aulas de artes. As coisas que a gente vai aprendendo... Hoje tento adequar o que está na moda, na mídia, nas redes sociais, na arte contemporânea com habilidades que eles precisam desenvolver para seguir para o ano seguinte, contextualizado o “atual” e o “de antigamente” sempre que dá.

Sei que o meu trabalho ainda tem muito o que melhorar, mas acredito que já consegui adaptar a minha metodologia ao público que temos hoje em dia nas escolas, de forma eficiente. Se eu puder deixar algumas dicas para os meus colegas de profissão e disciplina, posso considerar dizer que é interessante sempre reciclar as ideias de atividades, mas vale a pena guardar uma que outra, pois nunca sabemos quando vamos precisar e mais do que qualquer coisa, a troca de experiências com outros professores é muito importante e firmar parcerias interdisciplinares é possível e valoriza o trabalho de ambos os profissionais.

Com o Projeto “Identidade: Arte” colhi frutos valiosos no ano de 2013 e um dos mais importantes foi o convite para fazer parte da equipe do Educativo da Fundação Vera Chaves Barcellos.


Então o que divido aqui com vocês não é só o projeto, mas também a alegria de ter o trabalho reconhecido. Será um prazer compartilhar o que estou aprendendo e o que ainda virá nesta nova empreitada.

Vou postando algumas ideias de atividades e materiais legais para se trabalhar na sala de aula.
Espero que gostem e aproveitem!

Até o próximo post!



Algumas Bibliografias utilizadas:
SANT’ANNA, Renata. Saber e Ensinar Arte Contemporânea. São Paulo: Panda Books, 2009. 52 pp.
CANTON, Kátia. Espelho de artista : auto-retrato / Katia Canton. 3. ed. rev. São Paulo : Cosac & Naify, 2004. 48 p., il..
CANTON, Kátia. DVD Auto-retrato: espelho de artista. Rede Sesc/Senac de Televisão, São Paulo, 2001. 23min.
QUINTANA, Mario. Espelho Mágico. São Paulo: Globo, 2007. 2.ed. 79p.  

Sites relacionados:
Sobre exposição Inéditos, ou quase... http://fvcb.com.br/?p=3625
Material Pedagógico FVCB: http://fvcb.com.br/?page_id=4369

Um comentário:

  1. Mais uma vez, parabéns Gabi, que essa caminhada seja sempre um convite para andar mais e mais! Estou sempre torcendo por ti, beijo no coração!

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